22 de mar. de 2011

Perder-se em si mesmo.

Eu teria mil assuntos para falar, e muitas coisas pra escrever. Mas por diversas vezes me perco em meu próprio silencio, consumindo minhas palavras e analisando de uma forma irracional a gritante transformação em mim. Mudança, é disso que desejo falar, daquilo que move o mundo, daquilo que dói, que alegra, que sofre, que contagia.
  Perdi-me em meu silencio novamente, e descobri que nele não existe nada, a não ser eu mesma, e que perdição seria perder-me em mim mesma, sem cobrança alguma de lado nenhum afinal é mais fácil estar forte e sem medo de nada, pois existe apenas o eu. Porém Darwin já dizia que é atrasado todo o ser vivo que não evolui e que fica para trás além de não sobreviver ao mundo que o rodeia, e com certeza te desprezaria por não mudar e evoluir.
   Tudo realmente se transforma quando mudamos, e a mudança é parte da força e da vitalidade. Quem não muda atrasa, erra, peca. Não que seja condenável uma atitude assim, mas acaba por se tornar uma maneira medíocre de se viver. Eu escolhi ser o contrário, escolhi mostrar o que quero e falar o que penso.
   Apesar de devaneios dentro de mim, me encontro e me mostro, porque de que vale ter os dados na mão e não mudar? Não arriscar? Vida medíocre eu não quero e você, quer ficar preso assim sem evoluir, sem inovar, sem viver? Já falei disso e não me prolongarei em coisas que já estamos cansados de saber, acho que vou ali me perder em mim mesma enquanto você tentará fazer o mesmo.


8 de mar. de 2011

Esquecimendo


   Esquecer e perdoar. É isso que dizem por aí. É um bom conselho, mas não muito prático. Quando alguém nos machuca, queremos machucá-los de volta. Quando alguém erra conosco, queremos estar certos. Sem perdão, antigos placares nunca empatam, velhas feridas nunca fecham. E o máximo que podemos esperar é que um dia tenhamos a sorte de esquecer. 

  Mas será que é certo esquecer? Pergunto-me se não é melhor lembrar-se das coisas que passamos para aprender com elas e melhorar, esquecendo estamos fadados ao erro novamente, estamos condenados, apagados, rejeitados a superação. Esquecer é como querer parar o tempo, é como tentar reconectar uma artéria que se separou do coração.
  A memória além de dádiva é útil ao sentimento, ao caráter, ao orgulho e a regorjização da vida. Temos olhos, ouvidos, boca, para receber e transmitir o que de bom temos e aprendemos. E temos onde mesmo? Bem, para bom entendedor meia palavra basta. Porém estou farta de meias palavras, ou até mesmo de palavras não ditas, palavras esquecidas no baú mental que alguns seres humanos criam em suas cabeças. Ninguém vive, ama, sonha, sofre, sente pela metade, ninguém esquece, mas perdoar, bom isso já é outro assunto. 
   O jogo é esse no fim das contas. Tudo termina com um falso esquecimento, e uma mágoa maior, se partilhássemos aquilo que nos aflige seria muito mais "esquecível" ou passivo de aceitação. Esquecer e perdoar são conselhos e não virtudes, e na vida real, conselhos não adiantam de nada pois jamais os seguiremos a risca quando necessário, e não repassaremos da maneira que nos foi passado. Perdoar é um ato, esquecer é fatal a nós e a todos que nos rodeiam. 

   Pense nisso.




Beijos 
Natália Moraes Costa