2 de mai. de 2011

Feridas Abertas

Castelos sobrepostos em buracos infinitos
Muros instransponíveis, como você chegou lá?
Sorriu na minha face zombando de minhas fracas defesas
Nada do que eu faça vai mudar o que se passou
Pois as marcas de sua presença ainda estarão lá me seguindo
Como cães de batalha, para me lembrar de que você esteve lá
Eu já não saberia repor meus muros e reaver as falhas
Seria como carregar uma mina em minhas mãos
Sabendo que ela iria implodir e não explodir
Levando para dentro de mim aquilo pelo qual travei guerras para tirar
O que você estava fazendo ali?
Me tirando sentidos, razão, visão
Eu me rendi, eu pulei fundo no poço que eu mesma cavei para enterrar coisas esquecidas
Abri todas as feridas que encontrei no caminho
Esperando que você desse um sentido a elas que eu não poderia
E você tentou e conseguiu, deu sentido a tudo aquilo fazendo-as sangrar novamente
Ateou fogo em minha alma, retirou minhas energias
E meu corpo ardeu em chamas que eu não poderia apagar
O que você estava fazendo ali? O que você ainda faz aqui?
Porque eu não consigo expurga-lo como fiz com todo o resto
Porque algo ainda me prende, porque algo ainda me mantêm aqui?
O problema está em que se eu te tirar dali tirarei de mim algo que me mantêm
Algo pelo qual eu lutei, e mais uma vez cai em meu próprio calabouço





Beijos
Natália Moraes Costa