22 de ago. de 2011

Segredos

   Guardar segredos é tão perigoso quanto falar deles, porém é uma coisa que nos mantém próximos a medida que nos afasta. Estou me excedendo esta noite ?! Pensando em quantos segredos trago aqui dentro, em quantas coisas notadas, irradiadas, imperceptíveis a quem não estivesse prestando atenção. Ah, quantas coisas eu fui e não fui capaz de guardar dentro de mim. Por tantas vezes o silêncio me socou a cara por abrir a boca e falar o que via, e quantas vezes nessas quais fui nocauteada pelo sentimento da ignorância alheia.
   Anjo de dia, maldade pela noite, o veneno está aqui ao lado do paraíso. Me excedi novamente?! Estou completamente perdida nestes momentos em que não posso confiar em ninguém e acabo confiando em todos, é minha maneira de dizer que estou atenta, jamais me perdi dentre tantas falsas verdades mentirosas. É que as ouvi tão repetidas vezes por vozes diferentes que acredito nelas. Ou não. As vezes não sou capaz de acreditar em mim mesmas, sim mesmas. Pois tenho tantas dentro de mim que nem elas e eles se entendem mais. Seria possível? Fisicamente falando é claro! Que tantos coubessem em um, e apenas um fosse o alfa? Pois é nem eu mais sei, pois cada dia alguém assume o leme e decide o que fazer com tantos segredos e tantas realidades inventadas aqui dentro. Por hora me perco na extremamente sensível, mas na maioria das  no cruel e calculista, pois definitivamente é o jeito mais fácil de não ceder aos impulsos de saber tudo que sei.
   No momento quem vos escreve? É o meu eu lírico como os cultos costumam chamar, mas eu a chamo de 'bitch' porque essa sim consegue ser qual é mesmo a palavra? Claro. Impiedosa. E quando decide escrever usa as presas, pois quando ela se senta para falar do que acha, sai para caçar e não para escrever. Cuidado pois se souber segredo seu, por mais que saibas um dela, na maioria das vezes não são verdade.


Beijos
Natália Moraes Costa
 

19 de ago. de 2011

Me traga mais uma dose

   Acredito veemente de que estão no lugar errado. Que tal um palco?! Pois, o teatro é tão grande que não cabe neste lugar de quatro metros por seis. São tão inflados, tão estúpidos, tão ridiculamente falsos perfeitinhos, que me enjoo. Cada palavra fétida que saem de seus lábios, cada ato em estado de putrefação que realizam, com intuito de se mostrar isso. O que?! Isso, este escroto que chamam de personalidade.
   Me traga mais quatro doses, preciso reanimar meu anti-sentimentalismo, porque aguentar gente assim é pior que ver um filme sem nexo e ter que saber a raiz da questão. Ele parou está como um espantalho, e sem o chapéu. Oi ?! Volte aqui menino indecente, as pessoas lhe olham pela janela. Oremos a Deus, que deus. Não coloco letra maiúscula em tudo que acredito ser real. Prenderam a vaca. Que emocionante filme sem sentido. Entenderam como vocês me parecem ? Uma coisa sem sentido, bagunçada e ridiculamente insana.
   Faça o seguinte, continue usando essa máscara, o teatro está lindo e renderá muitos lucros ao seu bolso. Pois quem vive de personagens só pode ganhar coisas fúteis com isso, só ganha um aplauso, mas e depois que eles acabarem quem você será ?! Com certeza aquele que me tratá mais uma dose em um lugar qualquer. Falando nisso aproveite a deixa e me corte uns limões pois hoje a noite irei comemorar sua peça de sucesso.


Beijos
Natália Moraes Costa

14 de ago. de 2011

Os Acordes da Substituição

   É só nos descuidarmos por um instante e pronto: lá estamos nós presos na armadilha. Reféns de nós mesmos. Essa situação, tão estranha e ao mesmo tempo tão corriqueira, se dá todas as vezes que acreditamos que algo é único em nossa vida. Aquela pessoa que já não amamos, e que insistimos que fique ao nosso lado. O amigo que se aproveita de nossas fragilidades para nos ferrar emocionalmente, crendo que sua vida é um enredo suficientemente interessante para ser repartido e repetido. E muitas outras situações em que nos acreditamos privilegiados por contar com a presença e a disponibilidade de quem, convenhamos mais atrapalha do que ajuda.
   Resistimos às mudanças externas porque elas implicam na necessidade de olharmos, primeiramente para as mudanças internas que elas provocarão. Parece sempre mais cômodo e seguro ficar com o que temos. Seja bom ou ruim. Desde que deixamos de ser nômades, acabamos por nos acomodar não só em termos geográficos mas, principalmente comportamentais. Raros são os que se permitem enfrentar desafios sem que a sua estrutura emocional seja severamente abalada. É mais fácil deixar que os outros se desloquem ao nosso redor. Mesmo que com isso acabemos com os membros atrofiados. Nada parece ser mais confortante do que a certeza que as coisas não sofrerão alteração alguma. É sabido que a melhor forma de dar poder a alguém é fazê-lo crer que é insubstituível. Só faltam entregar as algemas para que sejam colocadas em nossos pulsos. Porém nada é único. E ninguém tampouco o é. O que podemos é dar o melhor de nós quando formos solicitados, sem esquecer que atrás de nós sempre vem uma fila gigantesca de candidatos para ocupar nosso lugar. Perceber que ninguém é tão importante a ponto de não poder ser substituído. Infelizmente variam os acordes das pessoas, mas, essencialmente, a melodia é a mesma basta apurar os ouvidos e notar por quem podemos ser substituídos ou o que.

Beijos
Natália Moraes Costa

9 de ago. de 2011

Primeira Vez

primeira vez unica
primeira vez repetida tantas vezes
ah minhas tantas 'primeira vez'
voltem aqui, ou melhor
não voltem aqui, quero outra
quero tantas vezes a primeira vez 
primeira vez vai e vem
ela acontece, repete, e volta
me encontra pra gente ter a nossa primeira vez
me esconde não quero isso de novo
me perdi naquela de outrora
o alvorecer veio e com ele a lembrança futura
de tantas outras primeiras vezes
que ainda pretendo não querer ter novamente

Beijos
Natália Moraes Costa 

2 de ago. de 2011

Não sei

 O problema de toda a minha vida é que eu ainda não aprendi a desistir dos meus erros, não por não querer, mas pelo simples fato de não conseguir me desprender deles. Como cada peça de um quebra cabeças que se não estivesse ali não estaria completo, não poderia terminar.
   Eu também tenho problemas com as despedidas, partidas, e términos, ah esses sim me dão um trabalho danado, eu adoro recomeçar, fazer coisas novas e mudar tudo, mas a cabeça não acompanha a vontade, acho que tenho dois cérebros pra essa parte da minha alma, uma são as minhas vontades outras são a minha capacidade para tal. É estranho pensar em dizer adeus para alguém que você amou só ao dizer oi, seus pais, seus irmãos, seus amigos, seus amores.
   Cansada, estou cansada de dizer tchau, e ter que reaprender a sentir as coisas, a ter que ter todas as primeiras vezes de novo, o beijo, o carinho, o olhar, o sentimento, por todas as pessoas que passaram na minha vida, e principalmente aquelas das quais não consigo me desprender e viver sem. Cansei desse jogo em que ninguém vence, em que todos se machucam. De pessoas que entram na sua vida e fazem você sentir coisas incríveis e simplesmente se esvaem com o tempo e fingem que nunca esteve lá, que nenhuma memória existe, e se não fingem a inexistência quer dizer que nenhuma importância se dá ao ocorrido.
   Seria a solução bloquear os sentimentos, virar uma pessoa fria e evitar tudo isso ?! Jamais saberei pois sou daquela escola de vanguarda que não deixa de sentir por nada e nem ninguém.

Beijos
Natália Moraes Costa