3 de jan. de 2011

"Meu Pedaço do Paraíso" / parteII

Continuação da história de Cléo e Nariel, sei que havia dito que esse já seria o final porém planejei algo maior e mais elaborado que já está com outra parte pronta, espero que curtam muito,  :)


Estávamos deitados sobre o tapete em frente à lareira, não que fizesse frio naquele início de manhã, mas havíamos concordado em ligá-la. Meu novo cobertor era lindo e muito quente, um par de asas que envolviam todo o meu corpo nu deixando apenas parte das pernas de fora. Eu sentia o coração dele batendo junto ao meu, sua respiração um pouco ofegante, enfim consegui falar:
- Nariel, isso é um sonho?
- Meu amor como você é boba às vezes – meu ritmo cardíaco falhou quando eu ouvi a forma com a qual ele se referiu a mim.
- Eu sonhei isso tantas vezes, eu sentia sua presença tão próxima de mim que, ah é claro sem essa coisa toda de asas e bem, é confuso te ter aqui e estar em seus braços.
- Você preferiria que fosse um sonho?
- É claro que não, não fale tolices. É que eu ainda preciso entender, e acreditar que você é um anjo. Ou não, você é um anjo certo?
- Hum, algo do gênero eu diria.
- E eu vou poder entender a que gênero você se refere?
- Isso eu ainda não sei.
 Aquele começo de conversa me deixou tremendamente preocupada, nunca houve segredos entre nós, bem eu estava errada, afinal ele era um anjo e eu não sabia disso até a presente data.
- Cléo.
- Hum?
- Você acredita em paraíso e inferno?
-Porque você perguntaria isso para mim? Afinal eu sou uma simples mortal, e quem deveria fazer essa questão sou eu. Mas se você quer mesmo saber se acredito nesta coisa toda, bem eu não acredito. Apesar de estar envolta em asas negras e macias do que eu acredito ser um anjo, a idéia não me atrai.
  Até aquele momento eu não havia me dado conta de que as asas dele eram negras, mas acho que isso não faria diferença. Ele caiu novamente em seu silêncio e eu achei melhor não quebra-lo mais uma vez, então fiz uma menção de que iria me levantar e sua asa e seu braço que estavam envoltos em mim se apertaram, como se quisesse dizer que eu não deveria me mover um centímetro.
- Você quer alguma coisa? – a voz dele parecia triste
- Não, eu estou bem, apenas...
- Apenas?!
- Eu não sei, ia fazer algo para comermos, já são quase oito horas. Você ainda come né?
   Ele riu com a pergunta e eu não pude evitar de rir junto, a presença dele fez com que o tempo em que ele permaneceu longe ficassem tão enterrados no passado que até parecia que ele nunca havia partido. Então ele me soltou e deixou que eu levantasse e me vestisse, eu havia fechado as cortinas de toda a casa antes que nos deitássemos juntos sobre o tapete, achei que seria uma boa opção abri-las novamente para que o sol adentrasse dentro de casa, ao fazer isso olhei com um sorriso para Nariel e quando o primeiro feixe de luz tocou seu corpo suas asas simplesmente desapareceram. Eu fui abrir minha boca para perguntar o que havia acontecido e no mesmo segundo desisti. Ele me explicaria depois junto com toda essa coisa anjo não anjo.
- O que você quer comer algo em especial que eu possa fazer?
- Eu acho que apreciaria um suco e um bom sanduíche, mas daqueles que só você sabe fazer! – a ênfase da segunda parte foi maior e mais animada. -
- Acho que tenho os ingredientes que você gosta aqui ainda.
- Vou me vestir você ainda tem aquelas roupas que eu deixei aqui?
- É claro, elas estão exatamente no mesmo lugar, mas isso eu acho que você já sabe não é?!
- Sim eu já imaginava.
Passaram-se alguns bons minutos e ele não havia retornado, e eu não ouvia um único som vindo do quarto. Larguei os alimentos em cima da mesa e me dirigi ao quarto, quando cheguei próxima da porta ouvi sua respiração pesada e como se algo o tivesse incomodando, preferi não incomodar o que quer que fosse que o estivesse deixando assim me virei para voltar à cozinha e meio segundo depois senti seus braços a minha volta.
- Desistiu de me fazer o café da manhã?
- Apenas achei que você estivesse demorando, pensei que não estava encontrando suas coisas.   
- Eu as encontrei exatamente como deixei, obrigado.
- Não há porque agradecer.
- Cléo precisamos conversar, e não sei direito como começar a explicar o que me trouxe de volta.
- Achei que tivesse voltado por mim.
- Sim, não. Bem é muito mais complicado que isso e espero que você me entenda.
- Eu irei entender se você me explicar Nariel. Chega de rodeios, e de meias palavra eu quero a verdade e toda ela agora. Esperei oito meses, sofri todo esse tempo sem entender porque você partiu. É chegada à hora em que as asas que eu vi ontem à noite tomem seu lugar na história me entende?
- Sim eu entendo. Podemos apenas comer primeiro, e enquanto fazemos isso eu começo a lhe explicar a história.
- Eu mal posso esperar para ouvir.
   Ele apenas sorriu com as minhas palavras, mas não era um sorriso engraçado. Ele era irônico, e esse lado de Nariel eu ainda não conhecia e estava começando a me preocupar. Nos sentamos à mesa e comemos em silêncio, até que o som da voz dele preencheu toda a casa.
  - Você tem certeza de que quer ouvir? E que esta pronta para aceitar e principalmente acreditar no que eu vou lhe dizer?
- Quanto à questão do acreditar eu não garanto muita coisa, mas acho que as suas asas já abriram muitos caminhos na minha mente.


[continua ...]
Beijos
Natália Moraes Costa

2 comentários:

  1. vai deixar pra quando nos contar o que ele tem a dizer? x]

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  2. aehoiuaehoiaeuhaoei já postei, agora é só ler e dizer o que acha :D

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